Após a derrota para o Athletic na segunda rodada do Campeonato Mineiro, a torcida celeste manifestou insatisfação com o técnico, apenas dois jogos após o início da temporada.
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Quando um time enfrenta vaias tão cedo na temporada, algo parece estar fora do lugar. A derrota do Cruzeiro para o Athletic, pela segunda rodada do Campeonato Mineiro, trouxe um cenário de descontentamento evidente: a torcida celeste, presente no estádio Mané Garrincha, deixou clara sua insatisfação com o técnico Fernando Diniz. Uma parte dos torcedores até sugeriu que o treinador deveria deixar o cargo. E isso aconteceu em 24 de janeiro. Com apenas dois jogos disputados.
Na realidade, o que ocorre com o Cruzeiro parece obedecer a uma lógica própria, marcada por ansiedade e impaciência. Essa postura está profundamente enraizada nos anos em que o clube estrelado amargou a Série B e viu seu protagonismo ser colocado em dúvida. Esse histórico de frustrações justifica a pressão que pesa sobre o trabalho de Fernando Seabra, que, mesmo realizando uma campanha consistente no início do Brasileirão passado, acabou deixando o comando. Sua saída reforçou o desejo da torcida por algo além do razoável: o Cruzeiro precisava voltar a ser gigante.
A torcida, ainda que por vezes precipitada, costuma ter razão em suas cobranças, pois é essa exigência que faz os clubes crescerem. Contudo, no atual início de temporada, essa legítima impaciência tornou-se um elemento que beira o irracional, criando um ambiente tenso e inflamável. Os torcedores que vaiaram Fernando Diniz acreditam ter enxergado o futuro e, para eles, ele não é promissor. Em 24 de janeiro. Com apenas dois jogos disputados.
Fernando Diniz enfrenta o peso das expectativas, frutos de situações distintas. Por um lado, está o sucesso no comando do Fluminense em 2023, que consolidou seu estilo de jogo vitorioso. Por outro, está a frustração com o desempenho do Cruzeiro sob sua liderança no segundo semestre de 2024. Sua permanência à frente do clube parece ter sido mais uma aposta com reservas do que uma escolha convicta. Desde então, qualquer resultado que não seja extraordinário é visto como insuficiente.
A diretoria do Cruzeiro, ciente das pressões, decidiu dobrar a aposta. O clube contratou nomes de peso como Dudu, Gabigol e Fágner, investindo cerca de R$ 300 milhões desde a última janela de transferências. A promessa é de um elenco capaz de lutar por títulos, mas esse nível de expectativa também traz um grau de cobrança quase inalcançável. Para um clube tradicional que busca recuperar seu status de protagonista, a paciência parece ser um luxo.
O trabalho de Fernando Diniz exige um cenário propício para prosperar, mas o Cruzeiro começa o ano já à beira do colapso, como uma panela de pressão prestes a explodir. Qualquer coisa que não aconteça imediatamente é vista como um atraso insuportável. Porém, para o torcedor que protestou na última quarta-feira, as conquistas demandam paciência e resiliência. Afinal, nenhum título é decidido em 24 de janeiro. Com apenas dois jogos disputados.
Fonte: Jogo de Hoje 360