Veja como ficou clínica atingida por incêndio no DF TV Globo A Polícia Civil do Distrito Federal concluiu o inquérito e indiciou cinco responsáveis pelo incêndio que atingiu uma unidade da clínica Liberte-se, voltada para dependentes químicos. Seis pessoas morreram e outras 10 ficaram feridos após as chamas – uma das vítimas passou semanas internada, mas não resistiu aos ferimentos. A investigação confirmou que as vítimas estavam trancadas nos alojamentos quando as chamas começaram e, por isso, tiveram dificuldade para escapar. A hipótese de que o fogo tenha começado em razão de um curto-circuito foi descartada. A Polícia Civil acredita que as chamas foram acidentais, mas não conseguiu cravar a origem. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Com a conclusão das investigações, o material será enviado ao Ministério Público do DF – que vai decidir se denuncia os indiciados à Justiça. Segundo a Polícia Civil, o alojamento que pegou fogo estava trancado com cadeado. Havia três extintores – vazios e do lado de fora. Cerca de 20 internos estavam dentro da sede no momento do incêndio, enquanto outros 26 ocupavam dormitórios externos. A clínica tinha como diretor e proprietário Douglas Costa de Oliveira Ramos. DF: 5 pessoas morrem em incêndio em clínica irregular de recuperação de dependentes Incêndio revelou série de problemas O incêndio na Chácara 420, no Paranoá, abriu uma série de investigações sobre a atuação das clínicas do Instituto Terapêutico Liberte-se no Distrito Federal. O Instituto Liberte-se possui três clínicas: Paranoá (Chácara 420): unidade que pegou fogo e estava sem licença e sem laudos do Corpo de Bombeiros. Paranoá (Chácara 470): interditada após fiscalização, operava com licença da Vigilância Sanitária vencida; mantinha 63 internos. Lago Oeste (Sobradinho II): funcionava sem alvará e já tinha ordem de interdição desde 2024, mas ainda assim seguia recebendo pacientes. A Defesa Civil realizou uma vistoria técnica na clínica após o incêndio e constatou: graves danos estruturais com risco de colapso do telhado; fissuras e trincas nas paredes; madeiramento danificado pelo fogo; janelas sem vidros e grades parcialmente arrancadas. A Defesa Civil apontou risco de colapso estrutural na chácara 420 e determinou interdição total. Incêndio em casa de recuperação de dependentes químicos no Paranoá. CBMDF/Divulgação Irregularidades e informações desencontradas O caso expôs falhas de fiscalização. Inicialmente, o DF Legal afirmou que a unidade incendiada estava regular, mas depois reconheceu que houve confusão entre os endereços das chácaras 420 e 470, que ficam separados por 500 metros de distância. "A validade da licença para funcionamento da clínica na chácara 470 venceu no mês passado. Dessa forma, a chácara 470 está irregular no momento, mas as licenças não estavam vencidas no ano passado, quando foi feita a fiscalização. O funcionamento na chácara 420 também não está previsto no licenciamento existente para o CNPJ da empresa localizada na 470. Dessa forma um funcionamento na 420 também seria irregular”, afirmou o DF Legal. A reportagem do g1 também teve acesso ao parecer de viabilidade da clínica situada no Lago Oeste, com vistorias de vários órgãos. Apesar das graves denúncias, a única irregularidade apontada no documento é a ausência de licenciamento para a produção de ovos no local, o que motivou a pedido de interdição. Além disso, órgãos do GDF admitiram não ter realizado fiscalizações nas semanas entre o incêndio e a prisão de três responsáveis pela unidade do Lago Oeste. Prisões e denúncias A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu três pessoas ligadas à clínica do Lago Oeste. Segundo investigações, há indícios de: cárcere privado; agressões físicas; restrição de contato dos internos com familiares; administração irregular de medicamentos. No dia seguinte, os suspeitos André Luiz Medeiros da Silva, Normando Torres de Almeida Junior e Vanessa Aparecida de Castro Medeiros foram soltos em audiência de custódia. De acordo com a decisão, André Luiz Medeiros da Silva, Normando Torres de Almeida Junior e Vanessa Aparecida de Castro Medeiros devem cumprir as seguintes medidas: A 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II) investiga o funcionamento dessa unidade. PCDF faz operação em unidade do Instituto Liberte-se que pegou fogo no Paranoá Divulgação/PCDF Além disso, a PCDF prendeu mais quatro pessoas que trabalhavam na clínica que pegou fogo no fim de agosto. Foram presos: um casal de donos das clínicas; dois ex-internos que, segundo as investigações, atuavam como coordenador e monitor dos espaços. Também foram apreendidos remédios, anabolizantes, armas falsas, computadores portáteis e celulares. Os quatro presos devem ser indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de: homicídio doloso qualificado cárcere privado prescrição de medicamento sem receituário médico. A 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) investiga a atuação das duas unidades que funcionavam na região. LEIA TAMBÉM: COMPRA DO BANCO MASTER: depoimento do ex-presidente do BRB à Polícia Federal é adiado TCDF AUTORIZOU: concurso da Caesb suspenso desde setembro tem prova marcada Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
Clínica Liberte-se: polícia conclui que vítimas estavam trancadas, descarta curto-circuito e indicia cinco responsáveis no DF
Escrito em 01/12/2025
Veja como ficou clínica atingida por incêndio no DF TV Globo A Polícia Civil do Distrito Federal concluiu o inquérito e indiciou cinco responsáveis pelo incêndio que atingiu uma unidade da clínica Liberte-se, voltada para dependentes químicos. Seis pessoas morreram e outras 10 ficaram feridos após as chamas – uma das vítimas passou semanas internada, mas não resistiu aos ferimentos. A investigação confirmou que as vítimas estavam trancadas nos alojamentos quando as chamas começaram e, por isso, tiveram dificuldade para escapar. A hipótese de que o fogo tenha começado em razão de um curto-circuito foi descartada. A Polícia Civil acredita que as chamas foram acidentais, mas não conseguiu cravar a origem. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Com a conclusão das investigações, o material será enviado ao Ministério Público do DF – que vai decidir se denuncia os indiciados à Justiça. Segundo a Polícia Civil, o alojamento que pegou fogo estava trancado com cadeado. Havia três extintores – vazios e do lado de fora. Cerca de 20 internos estavam dentro da sede no momento do incêndio, enquanto outros 26 ocupavam dormitórios externos. A clínica tinha como diretor e proprietário Douglas Costa de Oliveira Ramos. DF: 5 pessoas morrem em incêndio em clínica irregular de recuperação de dependentes Incêndio revelou série de problemas O incêndio na Chácara 420, no Paranoá, abriu uma série de investigações sobre a atuação das clínicas do Instituto Terapêutico Liberte-se no Distrito Federal. O Instituto Liberte-se possui três clínicas: Paranoá (Chácara 420): unidade que pegou fogo e estava sem licença e sem laudos do Corpo de Bombeiros. Paranoá (Chácara 470): interditada após fiscalização, operava com licença da Vigilância Sanitária vencida; mantinha 63 internos. Lago Oeste (Sobradinho II): funcionava sem alvará e já tinha ordem de interdição desde 2024, mas ainda assim seguia recebendo pacientes. A Defesa Civil realizou uma vistoria técnica na clínica após o incêndio e constatou: graves danos estruturais com risco de colapso do telhado; fissuras e trincas nas paredes; madeiramento danificado pelo fogo; janelas sem vidros e grades parcialmente arrancadas. A Defesa Civil apontou risco de colapso estrutural na chácara 420 e determinou interdição total. Incêndio em casa de recuperação de dependentes químicos no Paranoá. CBMDF/Divulgação Irregularidades e informações desencontradas O caso expôs falhas de fiscalização. Inicialmente, o DF Legal afirmou que a unidade incendiada estava regular, mas depois reconheceu que houve confusão entre os endereços das chácaras 420 e 470, que ficam separados por 500 metros de distância. "A validade da licença para funcionamento da clínica na chácara 470 venceu no mês passado. Dessa forma, a chácara 470 está irregular no momento, mas as licenças não estavam vencidas no ano passado, quando foi feita a fiscalização. O funcionamento na chácara 420 também não está previsto no licenciamento existente para o CNPJ da empresa localizada na 470. Dessa forma um funcionamento na 420 também seria irregular”, afirmou o DF Legal. A reportagem do g1 também teve acesso ao parecer de viabilidade da clínica situada no Lago Oeste, com vistorias de vários órgãos. Apesar das graves denúncias, a única irregularidade apontada no documento é a ausência de licenciamento para a produção de ovos no local, o que motivou a pedido de interdição. Além disso, órgãos do GDF admitiram não ter realizado fiscalizações nas semanas entre o incêndio e a prisão de três responsáveis pela unidade do Lago Oeste. Prisões e denúncias A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu três pessoas ligadas à clínica do Lago Oeste. Segundo investigações, há indícios de: cárcere privado; agressões físicas; restrição de contato dos internos com familiares; administração irregular de medicamentos. No dia seguinte, os suspeitos André Luiz Medeiros da Silva, Normando Torres de Almeida Junior e Vanessa Aparecida de Castro Medeiros foram soltos em audiência de custódia. De acordo com a decisão, André Luiz Medeiros da Silva, Normando Torres de Almeida Junior e Vanessa Aparecida de Castro Medeiros devem cumprir as seguintes medidas: A 35ª Delegacia de Polícia (Sobradinho II) investiga o funcionamento dessa unidade. PCDF faz operação em unidade do Instituto Liberte-se que pegou fogo no Paranoá Divulgação/PCDF Além disso, a PCDF prendeu mais quatro pessoas que trabalhavam na clínica que pegou fogo no fim de agosto. Foram presos: um casal de donos das clínicas; dois ex-internos que, segundo as investigações, atuavam como coordenador e monitor dos espaços. Também foram apreendidos remédios, anabolizantes, armas falsas, computadores portáteis e celulares. Os quatro presos devem ser indiciados pela Polícia Civil pelos crimes de: homicídio doloso qualificado cárcere privado prescrição de medicamento sem receituário médico. A 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá) investiga a atuação das duas unidades que funcionavam na região. LEIA TAMBÉM: COMPRA DO BANCO MASTER: depoimento do ex-presidente do BRB à Polícia Federal é adiado TCDF AUTORIZOU: concurso da Caesb suspenso desde setembro tem prova marcada Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.