Uma hora antes de ser morto, policial compartilhou vídeo rindo com amigo que o matou

Escrito em 20/10/2025


Amigos trocaram tiros no meio da rua na Zona Oeste do Rio Uma hora antes de ser morto com pelo menos 8 tiros, o sargento Eduardo Filipe Santiago Ferreira compartilhou um vídeo rindo com o amigo que o matou. O policial William Amaral da Conceição foi preso em flagrante. "Eles estavam bebendo num bar. Eles beberam, estavam bem. Do nada aconteceu, ninguém sabe dizer o motivo, porque aconteceu, porque eles eram amigos", disse Mariana Monteiro da Cruz Rodrigues, ex-mulher de Santiago. William Amaral da Conceição e Eduardo Filipe Santiago Ferreira Reprodução O crime aconteceu na madrugada deste domingo (19) na Avenida Jambeiro, em Vila Valqueire, na Zona Sudoeste do Rio. O vídeo no alto da página mostra como foi. Os dois policiais eram compadres de batismo dos filhos e estavam de folga. Ainda não se sabe o que motivou o crime. Durante uma discussão dentro do carro, Santiago sai gritando: “Amaral! Amaral! Tá maluco? Sou eu, Santiago, mano!”, disse a vítima. “Vai tomar no c*! Eu vou te matar!”, respondeu o colega. “Amaral, é o Santiago!”, ainda insistiu o outro. Veja abaixo detalhes sobre o crime, com base no registro de uma câmera de segurança. Quem são os envolvidos? Eduardo Filipe Santiago Ferreira, o sargento Santiago, lotado no 18º BPM (Jacarepaguá), morto; William Amaral da Conceição, o sargento Amaral, do 40º BPM (Campo Grande), ferido e preso em flagrante. Onde foi o tiroteio? Mapa mostra onde foi o tiroteio Infografia: Veronica Medeiros/g1 Foi em frente ao número 525 da Avenida Jambeiro, em Vila Valqueire, na Zona Sudoeste do Rio de Janeiro. Era exatamente 0h de domingo (19), quando chovia muito. Como começou a briga? Até a última atualização desta reportagem, não se sabia o que motivou a troca de tiros. Veja agora o que se sabe. Desembarque atrapalhado Desembarque atrapalhado de Amaral Reprodução/TV Globo Na imagem da câmera do condomínio, o Fiat Idea onde estavam Santiago e Amaral aparece parado no meio das faixas à direita do canal da Avenida Jambeiro. Um motociclista de aplicativo buzina, reclama e manobra para prosseguir. Santiago, que estaria ao volante, desce com dificuldade pelo lado do carona. Já na pista, tenta dialogar com o compadre. “Amaral! Amaral! Amaral! Amaral, tá maluco?”, repete. O amigo também sai do Idea, já com uma pistola em punho, mas de um jeito atrapalhado. Amaral chega a rolar no asfalto, e nem com o tombo larga a arma. “Vai tomar no c*!”, xinga. Ele se levanta e, cambaleando, vai atrás de Santiago. Mais súplicas e tiro Por alguns segundos, os sargentos saem do quadro. Santiago reaparece à frente do carro, ainda desarmado, e pede calma com as mãos. “Eu vou te matar!”, diz Amaral. “É o Santiago, mano!”, responde. Amaral, ainda fora do quadro, dispara. Santiago então tira uma pistola da cintura e revida. Ele ainda tenta se abrigar na porta aberta do carona, mas Amaral o persegue. Troca de tiros no Valqueire Reprodução/TV Globo Bangue-bangue Os ânimos se acirram. Santiago, fora do alcance da câmera, atira de novo. Amaral se afasta alguns metros na frente do Idea e retorna, pelo lado do motorista, onde também está o amigo. Ao longe, é possível ouvir buzinas — nenhum outro veículo passa. Homem ao chão Santiago contorna o Fiat, no sentido anti-horário, em direção à porta aberta. Amaral se aproxima e dispara, desta vez acertando o amigo no peito, que cai no chão. Na queda, ainda bate com a cabeça na porta do carona, que com a força acaba fechando. Um último tiro é ouvido. Um carro e uma moto passam enquanto Santiago está desfalecido. Santiago morreu no local Reprodução/TV Globo Depois do embate Uma equipe do batalhão de Santiago é acionada e o encontra sem vida. Amaral estava sentado no meio-fio com a arma do crime. Ele foi preso em flagrante e internado sob custódia no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, e depois transferido para o Hospital Central da PM, no Estácio. Ele já recebeu alta. Amaral alegou à polícia que não lembrava do momento dos disparos. Ele também relatou à PM, antes da chegada da Polícia Civil, que teriam sofrido uma tentativa de assalto. No entanto, não há evidências de um ataque.
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