Famílias de bairro em área de risco devem ser realocadas em até 90 dias em Rio Branco, diz Secretaria

Escrito em 20/10/2025


Famílias de bairro localizado em área de risco na capital devem ser realocadas em até 90 dias Reprodução/Google Street View Entre barrancos instáveis e moradias improvisadas às margens do Rio Acre, dezenas de famílias vivem há anos no bairro Dom Giocondo, conhecido como Papouco, em Rio Branco. No entanto, a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH) afirmou que uma operação deve retirar as famílias do local em até 90 dias. 📲 Participe do canal do g1 AC no WhatsApp A região é marcada por desbarrancamentos, condições insalubres e vulnerabilidade social. De acordo com o levantamento da secretaria, existem cerca de 70 barracas que abrigam, aproximadamente, 160 pessoas, entre crianças, adultos e idosos. Ainda segundo a pasta, um estudo feito na região mostra que 95% das famílias manifestaram interesse em sair do local, enquanto 5% resistem à mudança. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Segundo o secretário João Marcos Luz, a equipe técnica também identificou casos de exploração infantil e tráfico de drogas no local. Com relação ao terreno, ele disse que a área não oferece condições seguras de habitação e o acesso é difícil até mesmo para as forças de segurança. “O Papouco é um local em desbarrancamento, na beira do rio, onde a polícia tem alta dificuldade de entrar. Precisamos levar dignidade e segurança a essas pessoas”, complementou. LEIA MAIS: MP instaura procedimento para avaliar políticas públicas em bairro localizado em área de risco na capital Em Rio Branco, mutirão de limpeza no bairro Papouco deve retirar 20 toneladas de lixo PMs do AC são condenados por espancar e pregar homem em assoalho de casa no AC Além disso, as famílias devem ser incluídas no programa de aluguel social da SASDH que, atualmente, atende cerca de 200 famílias. Já outras poderão ser contempladas com casas em construção no bairro Rosa Linda, dentro de programas habitacionais. A ação deve envolver diferentes órgãos municipais e estaduais, com foco não apenas na moradia, mas também em políticas de saúde, educação e direitos humanos, segundo o gestor. João Marcos Luz explicou ainda que a distribuição das moradias leva em conta critérios técnicos e sociais. “Algumas pessoas ainda não têm autonomia para administrar uma moradia. Por isso, as casas são cedidas por cinco anos, e só depois desse período o morador pode se tornar proprietário”, complementou. MP instaura procedimento Em junho deste ano, o Ministério Público instaurou um procedimento administrativo para avaliar as políticas públicas aplicadas no Papouco. O órgão pediu relatórios a diversas secretarias, incluindo a SASDH, sobre as condições estruturais das casas, o número de famílias residentes e a oferta de serviços básicos, como saúde, segurança e saneamento. O MP também solicitou à Defesa Civil Municipal informações sobre o risco de desabamento das moradias e à Secretaria de Infraestrutura dados sobre imóveis abandonados ou não utilizados na região. Com o avanço das tratativas e a previsão de reassentamento nos próximos meses, o objetivo é garantir segurança e moradia adequada às famílias que vivem em uma das áreas mais vulneráveis da capital acreana. VÍDEO: g1
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