Corinthians é acionado na Justiça por empresário que exige comissão milionária em acordo com a VaideBet

Escrito em 10/07/2025
Redação Corinthians - Jogo de Hoje

Sandro dos Santos Ribeiro afirma ter sido peça-chave no patrocínio e pede R$ 8,4 milhões de indenização



Toninho Duettos e Sandro Ribeiro na posse de Augusto Melo — Foto: Reprodução

Mais um capítulo envolvendo o turbulento patrocínio entre Corinthians e VaideBet veio à tona nesta quinta-feira (10), quando o empresário Sandro dos Santos Ribeiro formalizou um processo judicial contra o clube paulista. Ele cobra R$ 8,4 milhões por alegar que teve participação direta na intermediação do contrato com a casa de apostas.

O patrocínio, firmado no início de 2023, acabou sendo encerrado seis meses depois em meio a suspeitas sobre o pagamento de comissões — episódio que se desdobrou em inquérito policial. Entre os investigados, estão o presidente afastado Augusto Melo e ex-integrantes da cúpula corintiana.

Na versão contratual, a comissão pela intermediação foi destinada à empresa Rede Social Media Design, ligada a Alex Cassundé, que trabalhou na campanha de Melo à presidência. O combinado previa R$ 25 milhões de comissão, mas só R$ 2,8 milhões foram pagos antes de os repasses cessarem.

No entanto, a Polícia Civil concluiu que os verdadeiros responsáveis pela articulação do contrato foram Sandro dos Santos Ribeiro, Washington de Araújo Silva e Antônio Pereira dos Santos, conhecido como Toninho Duettos. Os investigadores reuniram evidências como imagens, vídeos e depoimentos para respaldar essa versão.

A quantia que Sandro cobra judicialmente corresponde a um terço de uma suposta comissão de 7% sobre o total do contrato com a VaideBet, estimado em R$ 360 milhões.

O Corinthians, até o momento da publicação, não se pronunciou. A equipe do presidente afastado Augusto Melo respondeu por meio de nota: "nunca tratou nada com o Sandro e não o reconhece como intermediário, portanto, não há nada para se manifestar".

Já Armando Mendonça, atual vice-presidente do Timão, classificou o processo como mais um reflexo dos problemas herdados da última gestão:

– A ação é mais um prejuízo financeiro e para a imagem do Corinthians provocado pelo Augusto Melo. Entendo que ele e seus comparsas devam ser responsabilizados judicialmente. Os corintianos não podem deixar uma pessoa dessa voltar à presidência – afirmou.

O que revelou a investigação

Após meses de apurações, a Polícia descartou a participação de Alex Cassundé na intermediação do patrocínio. Em seu lugar, surgiram os nomes de Sandro, Toninho e Washington, apontados como os reais articuladores do acordo com a VaideBet.

Segundo o inquérito, Washington, que fazia parte do entorno político de Augusto Melo, apresentou a oportunidade de negócio a Sandro ainda em maio de 2023, condicionado à vitória na eleição presidencial do clube.

Documentos mostram que, em 27 de dezembro, Sandro, Toninho e José André da Rocha Neto (da VaideBet) participaram de uma reunião em um hotel da capital paulista com Augusto Melo e Marcelo Mariano, então diretor administrativo. Washington, por sua vez, afirmou em depoimento que não compareceu à reunião por orientação de Sérgio Moura.

Na ocasião, Sandro gravou um vídeo ao lado de Augusto Melo — com Mariano ao fundo —, o que contradiz as versões que negam a relação entre eles. Um story publicado por Sandro também chamou atenção: nele, ele agradece nominalmente a Toninho, Washington e Melo, exibindo uma camisa personalizada logo após o acerto.

Fotos tiradas no dia da posse, em 2 de janeiro, mostram Sandro e Toninho ao lado de Melo, reforçando os laços que os depoimentos tentaram distanciar.

Fonte: Jogo de Hoje



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