Atleta foi chamado de "macaco" por torcedor durante clássico contra o Coritiba, no Couto Pereira.
Fotos: Divulgação
O zagueiro Léo, do Athletico, esteve nesta segunda-feira na Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe) para registrar boletim de ocorrência após ser alvo de racismo. No último sábado, durante o empate por 0 a 0 contra o Coritiba, no Couto Pereira, o jogador foi ofendido com insultos racistas após ser expulso.
Ao chegar à delegacia, Léo destacou a importância de igualdade e respeito. O atleta afirmou que tomará providências contra o responsável pelas ofensas, que ainda não foi identificado pela polícia.
— Momento difícil. Eu luto por essa causa e passar por isso não é legal. Neste momento eu fiquei muito próximo da minha família. Agora é fazer o que tem que ser feito para que essa pessoa não cometa mais isso com ninguém. A gente não pode ocupar um lugar de vítima em momento nenhum. Que a pessoa pague pelos seus atos. O que peço é respeito e igualdade — declarou o zagueiro.
Nas redes sociais, um vídeo gravado da arquibancada mostra o momento das ofensas, em que um torcedor chama Léo de "macaco" logo após sua expulsão no primeiro tempo do jogo.
— Macaco não se cria no Couto Pereira. Vai embora, Léo Pelé, seu preto, macaco do c***. Olha para cá, seu macaco — diz o autor no vídeo.
Registro e investigação
Depois da partida, Léo e um segurança do Athletico tentaram registrar a denúncia no posto da Demafe no Couto Pereira, mas o local já estava fechado. O boletim de ocorrência foi formalizado apenas na segunda-feira.
O Coritiba está colaborando com a Demafe para identificar o autor das ofensas, fornecendo imagens das câmeras de segurança do estádio.
Segundo o delegado Luiz Carlos de Oliveira, responsável pela investigação, assim que o responsável for identificado, será solicitado um pedido de prisão preventiva.
— Nosso trabalho é difícil, de identificação, não é fácil. Muito provavelmente até o meio da semana já estaremos com a identificação desse torcedor, o responsabilizando e pedindo sua prisão preventiva, tendo em vista que não é mais permissível que tenhamos, no século XXI, atos de racismo e de injúria racial. As pessoas têm que se conscientizar que o suor e o sangue são da mesma, seja qual for a etnia — declarou o delegado.
Pronunciamentos oficiais
Em nota, o Athletico reforçou que está tomando todas as providências legais para identificar e punir os responsáveis, além de prestar total apoio ao jogador.
O Coritiba também se posicionou, repudiando o episódio e garantindo que fará o possível para identificar o agressor.
— O racismo jamais deve fazer parte do futebol. O que aconteceu com o atleta Léo é e sempre será inaceitável. Lamentável que tenha ocorrido em nosso estádio. Tomaremos todas as medidas que estiverem ao nosso alcance para identificar o agressor e continuaremos trabalhando para que isso jamais se repita — afirmou o clube em nota oficial.
A Federação Paranaense de Futebol também repudiou o ato e destacou que espera a punição dos responsáveis.
O prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel, utilizou suas redes sociais para se manifestar e reforçou que aguarda a identificação e punição do responsável pelas ofensas.
Fonte: Jogo de Hoje 360