O Corinthians oficializou em agosto de 2025 a renovação de seu contrato com a Nike para fornecimento de material esportivo, estendendo a parceria até o final de 2035.
Camisa 2 do Corinthians para a temporada 2025 — Foto: Corinthians
O novo acordo prevê a entrega de até 60 mil itens por ano para abastecer todas as modalides do clube – futebol masculino, feminino, base, esportes terrestres, aquáticos e demandas especiais da diretoria.
Segundo apurações, o valor estimado dos produtos fornecidos pela Nike ao clube gira entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões anuais, muito superior à cota do contrato anterior, que era de cerca de R$ 4 milhões em enxoval por temporada.
Termos financeiros do contrato
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A Nike pagará R$ 59 milhões fixos por temporada, com reajuste anual baseado no Índice de Preços ao Consumidor (IPC). (ge)
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Além disso, há previsão de royalties mínimos de R$ 38 milhões por ano, de acordo com o ge. (ge)
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No novo modelo, se a Nike ultrapassar R$ 152 milhões em vendas de produtos licenciados do Corinthians, o clube receberá 25% sobre o excedente – hoje esse percentual é de 14%. (GP1)
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Somando valores fixos, bonificações por metas e outras variáveis, o contrato pode atingir até R$ 1,3 bilhão até 2035. (UOL)
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A diretoria, porém, considera uma projeção mais realista de R$ 1,1 bilhão ao longo do vínculo. (ge)
Por que o Corinthians escolheu permanecer com a Nike
A decisão de renovar com a Nike veio após avaliação de proposta concorrente da Adidas. Embora ambas as empresas tenham apresentado ofertas financeiramente semelhantes, o clube optou pela Nike por considerar não apenas o valor, mas também os riscos jurídicos envolvidos.
O ge destaca que a Nike tinha uma cláusula de renovação automática ativada. (ge) A rescisão contratual para migrar para a Adidas poderia gerar uma disputa judicial cara, segundo a própria diretoria do Corinthians, o que pesou na decisão de manter a fornecedora histórica. (ge)
Problemas internos: auditoria aponta desvios e má gestão
Apesar do novo contrato bilionário, o Corinthians enfrenta uma auditoria interna sobre a gestão dos materiais da Nike. Segundo relatório assinado por Marcelo Munhoes, diretor de tecnologia do clube, foram identificadas “ocorrências graves” no almoxarifado do Parque São Jorge. Entre os pontos levantados:
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Acúmulo de material esportivo de coleções antigas sem destinação clara;
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Uniformes da Nike que não são distribuídos adequadamente entre departamentos;
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Ausência de inventário físico formal há mais de quatro anos;
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Notas fiscais de recepção não registradas no sistema, gerando inconsistências contábeis;
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Distribuição desigual entre diretores, funcionários e atletas;
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Retiradas de materiais antes da aprovação oficial, comprometendo processos de governança;
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Retiradas por pessoas não autorizadas, dificultando a rastreabilidade.
O relatório ainda coloca no centro da apuração o vice-presidente Armando Mendonça, apontado com envolvimento direto em parte das irregularidades. De acordo com o documento, ele teria realizado retiradas de itens sem registro formal e feito ameaças ao auditor responsável. Há ainda suspeitas de desvio de camisas para comércio clandestino, materiais em mau estado para as categorias de base e falta de emissão de notas fiscais nos anos de 2024 e 2025.
Impacto e potencial estratégico
Com o novo contrato, o Corinthians pretende resolver uma demanda antiga de torcedores: a escassez de produtos licenciados nas lojas físicas e virtuais. A previsão de um grande volume de itens e o compromisso da Nike com royalties mínimos mais altos ajudam a explicar a estratégia — quanto mais produtos forem disponibilizados e vendidos, mais interessante se torna para a fornecedora manter esse nível de produção.
Além disso, o valor fixo mais alto e a correção inflacionária dão ao clube uma segurança financeira maior, especialmente em um momento de incertezas. A renovação até 2035 marca uma das parcerias mais longas no futebol brasileiro e reforça a confiança mútua entre o Corinthians e a Nike.
✦ Fonte – Jogo de Hoje 360°