PM comandava quadrilha que movimentou R$ 40 milhões em contrabando em MS O policial militar de Mato Grosso do Sul Wellington da Silva Cruz — apontado como chefe da organização criminosa investigada na Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (4) — já havia sido alvo da própria ex-esposa em um caso de grande repercussão em Santa Catarina. A médica Lenise Fernandes Sampaio Cruz foi condenada a 11 anos, 1 mês e 10 dias de prisão por tentar matar o então companheiro em Jaraguá do Sul, em agosto de 2024. A Operação Uxoris, conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz/MS) em parceria com a Receita Federal, mira um esquema de contrabando, descaminho, lavagem de dinheiro e fraude na importação de mercadorias estrangeiras. O g1 entrou em contato com o policial, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Em Campo Grande, diversas lojas e depósitos de celulares, acessórios e assistência foram alvos dos policiais nesta manhã. Segundo as investigações, Wellington atuava como chefe de um grupo estruturado para trazer ilegalmente produtos do exterior e distribuí-los em plataformas de marketplace e lojas físicas de Campo Grande. A PF identificou uso de “dólar-cabo” para pagamentos internacionais e mecanismos de ocultação de patrimônio. Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em MS e São Paulo. A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens avaliados em R$ 40 milhões e a suspensão das atividades de 14 empresas suspeitas de integrarem o esquema. O caso iniciou após denúncia da ex-esposa de Wellington, que afirmou ter tido seus documentos usados indevidamente para abertura de empresas de fachada — apontamento que ajudou a revelar a atuação da quadrilha. No Portal da Transparência do Governo de Mato Grosso do Sul, o policial consta como ativo no cargo de cabos e soldados com salário bruto de R$ 7,5 mil. O g1 solicitou retorno sobre a situação do policial à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e aguarda retorno. Nas redes sociais, Wellington se apresenta como 'Maior vendedor do Mercado Livre no Pantanal' e possui diversos vídeos explicando sobre como vender online e como empreender no ecommerce. Ex-esposa foi condenada por tentar matar o PM em 2024 Depósito alvo da Polícia Federal em Campo Grande Polícia Federal A médica Lenise Fernandes, que denunciou Wellington à PF, foi condenada em outubro de 2024 por tentativa de homicídio qualificado. O crime ocorreu no Dia dos Pais daquele ano. Ela invadiu o apartamento alugado pelo policial em Jaraguá do Sul, se escondeu em um armário e atirou três vezes quando ele chegou ao local. O filho do ex-casal, então com 8 anos, presenciou parte da ação. Wellington, que estava na cidade para visitar o menino, sobreviveu aos disparos. Na época, a Polícia Civil apontou forte indício de premeditação: a médica teria alugado um imóvel no mesmo prédio no dia do crime, já entrou armada e utilizou ferramentas para violar a fechadura. Havia ainda medida protetiva em vigor proibindo contato entre os dois. Após o episódio, Lenise foi presa e posteriormente condenada. O policial ficou internado e recebeu a guarda do filho. Operação Uxoris PM e depósito alvos de operação da PF contra contrabando em MS Redes sociais A PF destaca que a investigação evoluiu a partir da denúncia da ex-mulher sobre o uso ilegal de seus documentos para abertura de empresas utilizadas pela organização criminosa. O nome da operação faz referência direta ao envolvimento da ex-esposa na origem do caso. A ação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal reforça o combate a crimes contra a ordem tributária, concorrência desleal e sonegação fiscal no Mato Grosso do Sul. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
De iPhones a brinquedos: PM é suspeito de chefiar rede de R$ 40 milhões em contrabando, diz PF
Escrito em 03/12/2025
PM comandava quadrilha que movimentou R$ 40 milhões em contrabando em MS O policial militar de Mato Grosso do Sul Wellington da Silva Cruz — apontado como chefe da organização criminosa investigada na Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal nesta quarta-feira (4) — já havia sido alvo da própria ex-esposa em um caso de grande repercussão em Santa Catarina. A médica Lenise Fernandes Sampaio Cruz foi condenada a 11 anos, 1 mês e 10 dias de prisão por tentar matar o então companheiro em Jaraguá do Sul, em agosto de 2024. A Operação Uxoris, conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz/MS) em parceria com a Receita Federal, mira um esquema de contrabando, descaminho, lavagem de dinheiro e fraude na importação de mercadorias estrangeiras. O g1 entrou em contato com o policial, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp Em Campo Grande, diversas lojas e depósitos de celulares, acessórios e assistência foram alvos dos policiais nesta manhã. Segundo as investigações, Wellington atuava como chefe de um grupo estruturado para trazer ilegalmente produtos do exterior e distribuí-los em plataformas de marketplace e lojas físicas de Campo Grande. A PF identificou uso de “dólar-cabo” para pagamentos internacionais e mecanismos de ocultação de patrimônio. Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em MS e São Paulo. A Justiça Federal também determinou o sequestro de bens avaliados em R$ 40 milhões e a suspensão das atividades de 14 empresas suspeitas de integrarem o esquema. O caso iniciou após denúncia da ex-esposa de Wellington, que afirmou ter tido seus documentos usados indevidamente para abertura de empresas de fachada — apontamento que ajudou a revelar a atuação da quadrilha. No Portal da Transparência do Governo de Mato Grosso do Sul, o policial consta como ativo no cargo de cabos e soldados com salário bruto de R$ 7,5 mil. O g1 solicitou retorno sobre a situação do policial à Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e aguarda retorno. Nas redes sociais, Wellington se apresenta como 'Maior vendedor do Mercado Livre no Pantanal' e possui diversos vídeos explicando sobre como vender online e como empreender no ecommerce. Ex-esposa foi condenada por tentar matar o PM em 2024 Depósito alvo da Polícia Federal em Campo Grande Polícia Federal A médica Lenise Fernandes, que denunciou Wellington à PF, foi condenada em outubro de 2024 por tentativa de homicídio qualificado. O crime ocorreu no Dia dos Pais daquele ano. Ela invadiu o apartamento alugado pelo policial em Jaraguá do Sul, se escondeu em um armário e atirou três vezes quando ele chegou ao local. O filho do ex-casal, então com 8 anos, presenciou parte da ação. Wellington, que estava na cidade para visitar o menino, sobreviveu aos disparos. Na época, a Polícia Civil apontou forte indício de premeditação: a médica teria alugado um imóvel no mesmo prédio no dia do crime, já entrou armada e utilizou ferramentas para violar a fechadura. Havia ainda medida protetiva em vigor proibindo contato entre os dois. Após o episódio, Lenise foi presa e posteriormente condenada. O policial ficou internado e recebeu a guarda do filho. Operação Uxoris PM e depósito alvos de operação da PF contra contrabando em MS Redes sociais A PF destaca que a investigação evoluiu a partir da denúncia da ex-mulher sobre o uso ilegal de seus documentos para abertura de empresas utilizadas pela organização criminosa. O nome da operação faz referência direta ao envolvimento da ex-esposa na origem do caso. A ação conjunta da Polícia Federal e da Receita Federal reforça o combate a crimes contra a ordem tributária, concorrência desleal e sonegação fiscal no Mato Grosso do Sul. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:

